Saturday, October 12, 2013

José Paixão - Speech Transcript



Exma. Senhora Vereadora do Pelouro do Conhecimento e Coesão Social da Câmara Municipal do Porto, Dr.ª Guilhermina Rego
Caros parceiros, colaboradores, amigos,

Hoje assinalamos o início da obra do projeto Arrebita e as primeiras palavras só podem ser de congratulações para todos nós. Este é o cumprimento de uma etapa que aguardávamos todos com imensa expetativa e um passo em frente que é decisivo nas aspirações que partilhamos de criar em conjunto um modelo social de regeneração urbana no Porto. Na verdade, este momento reveste-se de um enorme significado que merece a circunstância desta comemoração pois pela primeira vez podemos testemunhar ao vivo o impacto prático e efetivo objeto da nossa atuação concertada. Na verdade, a partir daqui a missão que nos une coletivamente deixa de ser teórica, uma mera declaração no plano das intenções, mas uma realidade visível, cada vez mais palpável e que dia após dia, a partir de hoje, será consubstanciada com os trabalhos realizados neste edifício.

A entrada neste novo ciclo do projeto Arrebita é o culminar de um esforço extraordinário exercido por todos vós em sinergia que hoje não posso deixar também de destacar com profunda gratidão. Na verdade, a forma como atores dos mais diversos setores da sociedade se têm coalescido em torno desta missão, assumindo-a como própria e encarando o desafio com um profissionalismo exemplar, é motivo para o nosso maior regozijo e reconhecimento públicos. Vale a pena recordar, o empenho e a energia que as sucessivas equipas de jovens arquitetos e engenheiros oriundos dos mais diversos pontos do globo têm dedicado ao Porto e a esta causa social; a colaboração inexcedível que uma rede cada vez mais alargada de empresas de referência tem prestado nos ramos da consultoria, fornecimento, construção, logística, software e media; e o apoio incansável que o nosso enquadramento institucional nos tem oferecido, imprescindível neste processo de implementação singular. Para além ainda da nossa estrutura de coordenação própria que se entrega ao projeto de forma incondicional, permitam-me invocar a estima e apreço com que o público em geral também nos tem acompanhado neste percurso, e cujo feedback tem reforçado a nossa mobilização e valorizado a nossa ação. Por isso, pelo enorme sentido de compromisso e responsabilidade que todos demonstraram até aqui e que atesta este momento que presenciamos, estou certo que posso falar em nome de todos, ao agradecer a cada um em particular: Instituições: Câmara Municipal do Porto, Fundação Porto Social, Fundação Calouste Gulbenkian, Porto Vivo Sociedade de Reabilitação Urbana e Associação Instituto de Empreendedorismo Social; Construtores: Topdomus e Tecreab; Fornecedores: Amorim Isolamentos, Cinca, Cobert, Gyptec, Portilame, Sanitana, Sinalux, Widinglass e Irmalex; Consultores: NCREP, Lima Engenharia, IQ Energy, LogAcustica, Costa Simões, Ricardo Silva, DeltaQ, Dimscale, Pigma, Dryas, Idade do Ferro e Paulo Sousa Topógrafo; Software: Infor, ArchiCAD e Artlantis; Logística: Lusitania, Hotel InterContinental, Serviço de Apoio Social da Universidade do Porto, Banco de Bicicletas e Sabergerir; Media: Moodystudio, Bydas e João Morgado Fotografia de Arquitetura. Sem a vossa parceria não estaríamos hoje aqui reunidos para celebrar o início da obra.

De facto, hoje testemunhamos o produto de uma já longa caminhada. O projeto Arrebita foi concebido em 2011 com a missão de contribuir para combater o problema grave de abandono que se verifica no centro do Porto, propondo-se a intervir na reabilitação de edifícios em contextos de necessidade social e interesse público através da atuação de uma rede colaborativa. Esta abordagem valeu-lhe o prémio FAZ - Ideias de Origem Portuguesa atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian. Em Abril de 2012 foi então lançado oficialmente nos Paços do Conselho dando início a sua fase de implementação com a reabilitação piloto do edifício devoluto onde nos encontramos. Desde então que elaborámos os projetos de arquitetura e engenharia, ultrapassámos todas as tramitações legais inerentes a uma operação deste género e montámos toda a rede aqui presente que permite a materialização da obra.

No entanto, é por demais óbvio que nem tudo correu da melhor forma, como é natural num projeto cuja natureza piloto contém a sua dose de inovação e experimentação. O sintoma mais expressivo desta entropia é mesmo o facto do momento que hoje assinalamos dever ter sido concretizado há mais de meio ano e que por conseguinte sofremos o respetivo atraso face ao plano originalmente gizado para o projeto. Esta ocasião de festa não será no entanto a mais indicada e propícia para se dissecar de forma rigorosa e exaustiva toda a experiência desenvolvida até aqui, o que deverá ser prosseguido sim de forma continuada e sistematizada e envolvendo todas as partes interessadas. Aproveito por isso para sublinhar a importância da vossa participação ativa nesta avaliação, já que o veredito que daqui resultar será determinante para medir a validade prática deste modelo colaborativo e ajuizar a legimitidade ou não de se flexibilizar o prazo definido para a conclusão deste piloto e que só muito dificilmente poderá agora ser cumprido. Enquanto coordenadores, adiantamos a nossa visão: o projeto tem evoluído a partir da superação das dificuldades que vão emergindo e não obstante as ilações que há por certo a retirar e aplicar em conformidade, à luz do presente momento, o balanço só pode ser positivo e justificativo da extensão do calendário inicialmente estabelecido. Esperamos assim que este momento possa servir para nos impulsionarmos com confiança para uma nova fase igualmente desafiante do projeto.


English translation after the jump:



Dear City Council Representative for the Knowledge and Social Cohesion in Câmara Municipal do Porto, Mrs. Guilhermina Rego
Dear partners, collaborators, friends,

Today we mark the beginning of the construction works of Arrebita, and the first words can only be of congratulations for all of us. This is the fulfilment of an eagerly awaited stage, as well as a decisive step forward in regard to our shared ambition to jointly create a social model for the urban regeneration of Porto.  In truth, this meaningful moment deserves this commemoration since, for the first time, we are able to verify the actual impact and object of our joint action. In fact, the mission that binds us collectively is no longer theoretical, or a mere declaration of intentions, but rather a visible reality, evermore palpable, which will be consubstantiated with the construction works implemented in this building from this day on. 

The beginning of this new cycle of the Arrebita project represents the pinnacle of an extraordinary effort exerted by all of you together in synergy, something which I must highlight with profound gratitude.  In truth, the manner in which stakeholders from many diverse social sectors have been coming together around this mission, taking it as their own and facing the challenge with exemplary professionalism, is reason for great delight and public recognition. It is worth reminding the effort and energy that the successive teams of young architects and engineers from all around the world have dedicated to Porto and this social cause; the unsurpassable collaboration of an ever-extending network of reference companies in the fields of consultancy, supplies, construction, logistics, software and media; and the indefatigable support offered by our institutional frame, which has been absolutely essential for this exceptional process of implementation. In addition to our own coordination structure that unconditionally dedicates itself to this project, allow me to mention the regard and appreciation for this project shown by the general public that has been following this process, and whose feedback has reinforced our mobilization and added value to our actions. Due to this great sense of commitment and responsibility that everyone has displayed up to this moment, I am certain that I can speak for all when thanking each of the stakeholders in particular: Institutions: Câmara Municipal do Porto, Fundação Porto Social, Fundação Calouste Gulbenkian, Porto Vivo Sociedade de Reabilitação Urbana and Associação Instituto de Empreendedorismo Social; Constructors: Topdomus and Tecreab; Suppliers: Amorim Isolamentos, Cinca, Cobert, Gyptec, Portilame, Sanitana, Sinalux, Widinglass and Irmalex; Consultors: NCREP, Lima Engenharia, IQ Energy, LogAcustica, Costa Simões, Ricardo Silva, DeltaQ, Dimscale, Pigma, Dryas, Idade do Ferro and Paulo Sousa Topógrafo; Software: Infor, Archicad and Artlantis; Logistic: Lusitania, Hotel InterContinental, Serviço de Apoio Social da Universidade do Porto, Banco de Bicicletas e Sabergerir; Media: Moodystudio, Bydas and João Morgado Fotografia de Arquitectura. Without your partnership we would not be here today to celebrate the beginning of the construction works.

In fact, today we bear witness to the result of an already long process. The Arrebita project was conceived in 2011 with the goal of contributing to the fight against the serious abandonment problem in Porto historical centre. It proposed the rehabilitation of buildings in contexts of social need and public interest through the intervention of a collaborative network. This approach was awarded with the FAZ – Ideia de Origem Portuguesa prize by the Calouste Gulbenkian Foundation. In April 2012, the project was officially launched in the City Hall; the implementation stage began with the pilot rehabilitation of the vacant building where we stand. Since then, we have elaborated the architecture and engineering projects, we have progressed through all the legal proceedings necessary to such an operation and we have built up the network present here that makes the materialization of the project possible.

Nevertheless, it is all too evident that not everything has gone in the best way, as it might be expected in a project whose pilot nature implies an amount of innovation and experimentation.  The most expressive symptom of this entropy is the very fact that the moment we are marking today should have taken place half a year early, and we therefore suffered the subsequent delay in regard to the timeline initially defined for the project. However, this celebration is not the most appropriate occasion to dissect in a precise and thorough manner how the process has been developing until now, but rather an opportunity to encourage its further progress in a continued and systematic way, with all the stakeholders remaining involved. In view of this, I would like to highlight the importance of your active participation in this evaluation, as the resulting verdict will be determinant for assessing the practical validity of this collaborative model and consider the potential legitimacy of extending the original deadline for the conclusion of this pilot project, which is now nearly impossible to respect. As coordinators, we present our vision: the project has been evolving from the overcoming of the successive difficulties and, in spite of the necessary inferences to be made and applied where pertinent, the balance can only be positive in light of the present moment, as well as justification enough for the extension of the timeline initially established. We thus hope that this moment might act as a boost of confidence for this new and equally challenging stage of the project.

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